sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O real sentido

O processo da construção da vida é impressionante; às vezes, tento entender como tudo está acontecendo e se desenvolvendo em mim e é um mistério tão grande que bate até aquela aflição das infinitas perguntas sem respostas, que rondam o surgir do universo. E, apesar de ter um ser aqui dentro e sentir seus movimentos, tão forte as vezes, ainda assim, vejo esse momento como algo muito abstrato.
A gestação em si é misteriosa e, as transformações que acontecem, e que só nos damos conta quando tudo já está diferente é bastante subjetiva também. Sinto uma força nascer em mim, que não imaginava que tivesse e junto com ela tem uma insegurança amarrada em diversas dúvidas. E assim fica a balança, oscilando entre confiaça e medo. Mas são sentimentos muito incertos, pois não sei ainda a veracidade deles; acredito que saberei ao certo o tamanho da minha força, quando Maria estiver ao meu lado, assim como meus medos e dúvidas, que vejo de uma forma agora, mas provavelmente irão transformar-se quando o concreto da gestação brotar.
Mas, não quero que esse "não-entendimento" absoluto, de como se processa a vida dentro de mim, traga angústias ou mais dúvidas, então, simplesmente escolhi não querer entender tudo, colocando no lugar desses mistérios, a certeza das sensações deliciosas que é estar acolhendo tão profundamente uma vida.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O impossível, virou ternura.

O que a meses atrás era completamente inesperado é hoje, a coisa que mais espero, literalmente. E espero com a ansiedade e encanto de criança, sem saber o que estar por vim, mas tendo a certeza da experiência única e maravilhosa que será. Estou no meu último mês de gestação e, no primeiro mês não era com encanto que via esse novo momento da minha vida, era com um desespero que parecia que nem as mais fortes mãos poderiam me salvar desse precipício que me via sendo arremessada.
Ser-Mãe aos dezenove anos, não era o meu plano de vida, passar por algo tão importante sem ter decidido passar também não, mas serei. E quero justamente mudar a visão do impossível, quero mostrar a mola que tem lá no precipício. Minha vida não acabou, pelo contrário, acredito que estarei nascendo de novo, junto com a minha filha, uma nova Mariana para a nova Maria, mais forte e cheia de planos e sonhos, ainda.  Talvez sonhos modificados e ajustados a minha atual situação, mas jamais apagados, pois agora sim é que tenho que viver intensamente, buscando absorver todos os sabores, gostos, sensações e experiências, porque agora, minha vida se extendeu, e quero entregar tudo que for possível ao novo ser que chega, que merece cada gota de amor, esforço e vontade de viver!
Mas, claro que pensei que a minha vida estava acabada e, reconheço que sem o apoio que estou tendo, talvez não tivesse encontrado uma mola lá embaixo. Mas seja como for, ser mãe, é algo muito precioso para encarar com tristeza, então todos os dias digo a mim e a ela, o quão bonito é estar vivendo isso! E agora sem dúvida, o impossível transformou-se em ternura e alegria, aquela alegria de qualquer coisa, pois tudo se torna lindo quando vejo o seu crescer a cada dia na minha barriga e seu coração batento tão rápido dentro de mim. A vida, é uma preciosidade!